Há bandas que nascem e morrem dentro das suas próprias barreiras musicais, sem nunca saírem das suas caixinhas bem sucedidas, o seu som combina com os cortes de cabelo , as roupas reflectem a mensagem das suas musicas e todos sabem a que tribo pertencem. Mas de vez em quando , sai-nos da caixa uma banda que pergunta a si mesma , ´Quem sou eu?` The Cat Empire! E toda a gente bate o pé ao ritmo destes australianos!!
The Cat Empire nasceu em Melbourne 1999 quando os seus integrantes se conheceram no Melbourne Jazz Festival e inicialmente formavam um trio composto por Oliver McGill (teclista), Ryan Monro (contrabaixista) e Felix Riebl (percursionista). Mais tarde juntaram se a festa Harry James Angus (trompetista), Will Hull-Brown (baterista) e Jamshid Khadiwala (DJ). Nunca haverá uma palavra que identifique a arte interpretada por esta banda, mas se voltarmos aos primeiros tempos dos The Cat Empire, na sua primeira demo, está lá, nas letras de “The Night That Never End” :
Oh how the dogs look down and frown
At those who never stood and said
`My name is no-one`
And went a little mad…
Gravado em Havana, nos legendários estúdios cubanos Egrem Studios , ‘Two Shoes’ , lançado a 19 de Abril de 2005, revela-nos obvias influencias latinas, repleto de ritmos de Salsa , Mambo, Jazz e Rock, este álbum não economiza em água, suor e repertório, e com toda a sua rica mistura de estilos (jazz, rock, ska, folk, reggae e latinidades) este foi o único álbum da banda a chegar ao 1º lugar nas vendas e apesar da falta de consistência e coerência é fácil perceber porquê.
‘Two Shoes’ conta com os vocalistas Felix Riebl e Harry Angus, ambos com vozes distintas e igualmente poderosas. Felix possui uma voz mais profunda, associada ao mundo do Jazz e ao som reggae, neste álbum protagoniza “Sly”, “Lullaby” e “The Night That Never End.”. Angus por sua vez nasceu com vocais agudos e um rockabily style, que resultam perfeitamente em faixas como “In my Pocket” e “Protons, Neutrons, Electrons”. O duo aparece num registo completamente diferente em “Party Started” que com a sua Hip-Hop vibe e vocais de origem rap farão qualquer um, bem, uhm… get the party started!
A faixa de abertura de Two Shoes , “Sly” mostra-nos o típico som Cat Empire a que já estamos habituados, o som de um reggae a mil a hora extremamente cativante e com a os vocais de Felix que nos transportam para uma noite de pub e diversão com letras que retratam toda a filosofia dos artistas :
‘It’s a pleasure to meet you (…)
Lets dance and grind
Get so funk-inflicted it’s a crime’
‘Lubally’ começa calmamente , quase como uma brincadeirinha de criança para depois explodir em ritmos funky , juntando o hip-hop scratching com um jazz de piano, cornetas e uma batida digna de mestre. Tentem ouvir esta sem mexerem a anca, baterem o pezinho ou sem tentar seguir a voz de Harry James Angu´s Aussie e ganham o brinquedo . Outra faixa a ter atenção é ‘The Car Song’ uma ode ao daydreaming e á liberdade de pensamento, é uma divertida história de um jovem rapaz que desperdiça a sua vida achando que um dia, algures no tempo, vai ter a oportunidade de fazer algo extraordinário , é uma canção simples e um pouco pateta mas que nos fará bater o pé até ao fim. “Two Shoes” faixa com o nome do álbum é um tributo a Bob Marley com uma vertente um pouco mais funky e jazzy que ao juntarmos com o reggae… Meu deus!! “Sol y Sombra” é a verdadeira faixa com sabor latino neste álbum, com a letra em espanhol e todo um coro cubano, deixa-nos a pensar como é que um grupo de australianos meio loucos conseguem criar verdadeira musica latina…
Sempre que passamos este álbum pelos nossos headphones somos transportados para um mundo paralelo onde boa musica existe , onde se bate o pé até doer, onde tiramos o sapato e dançamos até ao nascer do sol! It´s the Cat Empire folks!! |Inês Sampaio
Infelizmente, por motivos pelos quais somos totalmente alheios este vídeo pode já não estar disponível. Se for o caso aceita as nossas desculpas e informa-nos se possível. Obrigado!